segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Jesus no Lar

Não aguardes que o mundo te leve a certeza do bem invariável.

Quando uma família ora em casa, reunida nas blandícias do Evangelho, toda a rua recebe o benefício da comunhão com o alto.

Se alguém num edifício de apartamento alça aos Céus a prece da comunhão em família, todo o edifício se beneficia qual lâmpada ignorada acesa na ventania.

Não te afastes da linha direcional do Evangelho entre os teus familiares. Continua orando fiel, estudando com os teus filhos e com aqueles a quem tu amas, as diretrizes do Mestre e, quando possível, debate os problemas que te afligem a luz clara da mensagem da Boa Nova e examina as dificuldades que te pertubam ante a inspiração consoladora de Cristo.

Não demandes a rua, nessa noite, senão para os inevitáveis deveres que não possa adiar. Demora-t no lar para que o Divino Hospede ai também possa demorar.

E quando as luzes se apagam a hora de repouso, ora mais uma vez, comungando com Ele, como Ele procurava fazer, afim de que, ligado a ti, possas em casa uma vez por semana em sete noites ter Jesus contigo.

Joanna de Angelis

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Paciência, de Arnaldo Jabor

Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados...

Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma 'mala sem alça'.

O emprego virou uma tortura, a escola uma chatice.

O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela.

Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo e eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado.

Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo demais.

Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para DEUS!

A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a apciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta.

Pergunte para alguém, que você saiba que é 'ansioso demais', onde ele quer  chegar?

Qual é a finalidade de sua vida?

Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta... não sei...

E você?
Onde você quer chegar?
Está correndo tanto para quê?
Por quem?
Seu coração vai aguentar?
Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar?
A empresa que você trabalha vai acabar?
As pessoas que você ama vão parar?
Será que você conseguiu ler até aqui?

Respire... Acalme-se...

O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...

Não somos seres humanos passando por uma experiência espiritual...

... Somos seres espirituais passando por uma experiência humana.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Seja Voluntário

Seja voluntário no Culto do Evangelho. Não espere a participação de todos os companheiros do lar para iniciá-lo. Se for preciso, faça-o sozinho.

Seja voluntário no templo espírita. Não aguarde ser eleito diretor para cooperar. Colabore sem impor condições, em algum setor, hoje mesmo.

Seja voluntário no estudo edificante. Não espere que os outros lhe chamem a atenção. Faça Escola ou estude por conta própria.

Seja voluntário na mediunidade. Não aguarde o desenvolvimento mediúnico, sistematicamente sentado à mesa de sessões. Procure a convivência dos espíritos superiores, amparando os infelizes.

Seja voluntário na assistência social. Não espre que lhe venham puxar o paletó, rogando auxílio. Busque os irmãos necessitados e ajude como puder.

Seja voluntário na evangelização infantil. Não aguarde convite para contribuir em favor da Boa Nova no coração das crianças. Auxilie a plantação do futuro.

Seja voluntário na propaganda libertadora. Não aguarde riqueza para divulgar os princípios da fé. Dissemine, desde já, livros e publicações doutrinárias.

Não se sinta realizado. Cultive espontaneamente as tarefas do bem. "A sementeira é grande e os trabalhadores são poucos.". Cada qual pode servir a seu modo. Aliste-se enquanto você se encontra válido.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Julgamentos precipitados

Havia numa aldeia um velho muito pobre que possuía um lindo cavalo branco.
Numa manhã ele descobriu que o cavalo não estava na cocheira.
Os amigos disseram ao velho:
Mas que desgraça, seu cavalo foi roubado!


E o velho respondeu:
Calma, não cheguem a tanto.
Simplesmente digam que o cavalo não está mais na cocheira.
O resto é julgamento de vocês.
As pessoas riram do velho.


Quinze dias depois, de repente, o cavalo voltou.
Ele tinha fugido para a floresta. Na volta, trouxe uma dúzia de cavalos selvagens com ele.
As pessoas se reuniram de novo e disseram:
Velho, você tinha razão. Não era mesmo uma desgraça, e sim uma benção.

E o velho disse:
Vocês estão se precipitando de novo.
Quem pode dizer se é uma benção ou não?
Apenas digam que o cavalo está de volta...

O velho tinha um único filho que começou a treinar os cavalos selvagens.
Apenas uma semana mais tarde, ele caiu de um dos cavalos e fraturou as pernas.

As pessoas se reuniram e, mais uma vez, se puseram a julgar:
E não é que você tinha razão, velho?
Foi uma desgraça seu único filho perder o uso das duas pernas.
E o velho disse:

Mas vocês estão obcecados por julgamentos, hein?
Não se adiantem tanto.
Digam apenas que meu filho fraturou as pernas.
Ninguém sabe ainda se isso é uma desgraça ou uma bênção...

 
Aconteceu que, depois de algumas semanas, o país entrou em guerra e todos os jovens da aldeia foram obrigados a se alistar, menos o filho do velho.
E os que foram para a guerra, morreram...

Quem é obcecado por julgar cai sempre na armadilha de basear seu julgamento em pequenos fragmentos de informação.
E isso leva a conclusões precipitadas.

Nunca encerre uma questão de forma definitiva, pois quando um caminho termina, outro começa.
Quando uma porta se fecha, outra se abre...

Às vezes enxergamos apenas a desgraça, e não vemos a benção que ela nos traz...

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

18 anos do Núcleo Fraterno Samaritanos

Em 1982, iniciando seus estudos na Aliança, Mário Angelícola Neto, começou sua formação espírita em virtude de sua dedicação veio a tornar-se dirigente da Escola de Aprendizes.

Em 1991, Mário Angelícola Neto, que em sua vida profissional era consultor financeiro e professor universitário formado pela FGV de São Paulo, incentivado pelos seus estudos na área do comportamento humano e pela responsabilidade no ensino e orientação espiritual de seus alunos, fundou o Núcleo Fraterno Samaritanos, entidade que seguiria a base estrutural de sistemática adotada por Edgard Armond.

A fundação desta casa, sem dúvida orientada pelo Plano Espiritual, passou, em sua fase inicial, pelos momentos naturais da terna existência que todas as entidades passam, com suas dificuldades financeiras, de estabelecimento de sede com suas adequações estruturais e reformas. Enfim, um trabalho árduo que foi vencido pelo entusiasmo, boa vontade e dedicação dos familiares, alunos e vários outros que comungavam com ele na tarefa de divulgação do Evangelho de Cristo.

Quem conviveu com Mário, pode constatar como ele considerava a responsabilidade de se integrar em um trabalho voluntário de doação espiritual.

O maior tributo que podemos prestar a Mário Angelícola Neto, além do reconhecimento pela sua obra é darmos continuidade à ela, através da assunção da responsabilidade, do voluntariado e da dedicação à assistência ao próximo, à divulgação da doutrina Espírita, tarefas por ele abraçadas com grande determinação e vontade.
 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Artigo: Educação - Pedagogia do Abraço

O carinho é sempre um dos melhores ingredientes para uma boa educação e para a conquista do respeito entre educadores e alunos. No contexto atual há muitas tentativas de promover o antagonismo entre este entes do processo educativo, pois na sociedade moderna o que importa é o diploma e o professor é geralmente um fator de entrave na conquista do tão sonhado documento de conclusão dos estudos.

Não se trabalhou até hoje uma perspectiva de entendimento de que professores e alunos são cúmplices do processo educacional e no seio da família a preocupação é principalmente com a nota em detrimento da formação moral e da geração de um conhecimento autônomo e estimulador do pensar. Neste processo é importante que a sociedade mude urgentemente o conceito de escola e procure engajar suas partes mais importantes (professor e aluno) como parceiros e não como seres antagônicos sempre dispostos a passar a perna no outro.

Diante dessa reflexão é importante que a escola oportunize espaços para uma maior aproximação entre professor e aluno, uma aproximação respeitosa e colaborativa que procure essencialmente dar aos dois oportunidades de reflexão sobre prática, responsabilidade, respeito e construção do senso crítico.

A escola deve desenvolver espaços para entendimento fraternal entre professores e alunos e tirar a ideia de hierarquia rígida e inflexível. O processo de geração de carinho entre professor e aluno é vital para o desenvolvimento do aprendizado, pois só aprendemos o que nos dar prazer.

A escola deve se tornar espaço de verdade e sinceridade e os professores e alunos devem caminhar juntos em busca de um processo de entendimento da importância da educação e do processo de geração de aprendizado.

O cumprimento fraternal é vital para educadores e educandos sentirem-se próximos e desenvolverem respeito mútuo no caminhar pedagógico. Desta forma, a escola estará, antes do conhecimento teórico, gerando oportunidades de criar valores como cooperação, fraternidade, respeito e segurança que os indivíduos do processo ensino-aprendizagem constroem no dia-a-dia.

Para isso é preciso incentivar a formação de valores no contexto da escola entre todos os que a fazem para que estes entendam-se como companheiros na jornada da vida que têm seus percalços mas é sempre maravilhosa em todos os sentidos. A escola deve se pautar numa lógica de desenvolvimento de valores que devem envolver a todos os que a fazem num sintoma lógico de construção de um conhecimento partilhado e dividido.

É importante que haja sobretudo respeito no processo de ensino-aprendizado o que certamente diminuirá a burla, o não cumprimento de prazos e a má qualidade nos trabalhos escolares e no processo avaliativo. Os professores e todos os que fazem a escola devem entender - se como companheiros fraternos e não como seres antagônicos em suas práticas e ações.

Entre os principais aspectos da Pedagogia do Abraço podemos citar que é importante cultivar nas relações intra e extra-escolares aspectos de solidariedade, respeito ao próximo e colaboração que são valores éticos fundamentais para um bom desenvolvimento das relações que se dão no cotidiano da escola.

É vital que se promova na escola sempre oportunidades de discussão das relações entre indivíduos para que tal processo se amplie para outros setores da sociedade.

É fundamental que a escola seja aberta à comunidade e a outros setores da vida social para difundir valores e dar compreensão plena do mundo que se vive e entendimento dos dilemas que se dão na vida diária.

Como sub-sistema da vida social a escola deve entender todos os dilemas da sociedade compreendendo os problemas que afetam a vida dos jovens nos dias de hoje para saber o contexto em que os mesmos estão inseridos para analisar os fatores que têm promovido atitudes de indisciplina, rebeldia e conflitos no contexto escolar.

É importante que os valores éticos sejam enaltecidos como ações interdisciplinares que promovam sempre a discussão dos dilemas que afetam os jovens da escola e que afastam professor-aluno. A escola deve ser pautada em uma lógica de entendimento e de estabelecimento de pactos de convivência que são fundamentais para o entendimento e para a construção de relações de companheirismo, formação ética e desenvolvimento de trocas mútuas de afeição que poderão certamente contribuir para um bom aprendizado e para um melhor aproveitamento dos conteúdos e/ou formação do conhecimento.

Não podemos desprezar o processo de relações no contexto da escola e temos que priorizar a formação de valores que devem sempre permear o processo de geração de aprendizado e conhecimento autônomo.

Como processo de geração de relações o conhecimento deve ser partilhado e construído de forma cooperativa para dar aos personagens do ambiente escolar oportunidades de desenvolver cooperativamente ações de cumplicidade na geração do conhecimento individual e coletivo. Cada educador deve cultivar processos de formação ética e de relações afetivas para que todos sejam cúmplices de um novo mundo pautado pela honestidade, pela amor mútuo e, principalmente, pela certeza de gerar oportunidades de crescimento e formação para o bem de todos que fazem o ambiente escolar.

Ser solidário e respeitoso com o aluno pode contribuir plenamente para um processo de aprendizado mais prazeroso e mais eficiente. É importante sempre desenvolver na prática docente oportunidades de relações afetivas e de respeito mútuo para o bem da educação e dos diversos elementos que dela fazem parte.

Francisco Djacyr Silva de Souza é
professor, mestre em educação e escritor

Jornal Tododia - Campinas - 02/12/2009